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Guia de Ruas x Síndico do Futuro

Quando eu tinha 16 anos, essa frase – quem tem boca vai a Roma – era o lema das minhas viagens. Sim, era uma frase bem comum pois, quando eu chegava em uma cidade, era normal parar em um posto de combustível e perguntar: onde fica o hotel X? Onde fica o restaurante Y? Na maioria das vezes, dava muito certo. Em outras, é claro, era enrascada. Porém, essa era a maneira que eu tinha para chegar em algum lugar. Eu perdia horas pedindo informações para as pessoas até chegar ao meu destino.

Na mesma época, capitais como São Paulo e Rio de Janeiro já tinham o “guia de ruas”, como era popularmente conhecido. Para você que não é desse tempo, vou explicar como funcionava:
Imagine um livro com centenas de páginas e, em cada página, tem um mapa que se conecta com a página seguinte. Geralmente, esse livro ocupava o porta-luvas inteiro do carro. Mas o mais engraçado era que, quando você precisava sair para um outro bairro da cidade, você demorava, pelo menos, 10 minutos olhando o trajeto que precisava fazer.

Com o passar do tempo, esse guia começou a trazer as estações de metrô, as cidades vizinhas das capitais e mais algumas facilidades, porém, mesmo com ele, ainda era muito comum o “quem tem boca vai a Roma”. Isso porque, à medida que a pessoa chegava perto de onde queria, ela parava em algum lugar para pedir informações. Mais tarde, chegou o famoso GPS. No início, ele era do tamanho de um tablet e ficava pendurado no painel do carro. Depois, chegou a vez dos aplicativos, como Waze e Google Maps, que hoje facilitam muito a nossa vida e economizam o nosso tempo. Tanto é que não utilizamos eles apenas para endereços, mas para outras atividades, como o lazer em família e verificar o trânsito.

Mas, Odirley, o que isso tem a ver com o síndico do futuro?

Bom, eu fico imaginando quanto tempo o síndico de hoje perde com a falta de informações sobre o seu condomínio. E como ter as informações de forma rápida pode ajudar o síndico do futuro a ter uma gestão mais assertiva e participativa.

Vamos a alguns exemplos práticos do cotidiano:

Cadastro atualizado dos moradores

Quanto tempo o síndico economizaria se ele tivesse as informações dos moradores atualizadas de forma online? Se ele precisar dar uma advertência para o apartamento 401, será que o e-mail vai estar correto? E o telefone? Será que já tem um novo inquilino nesse apartamento? Com essas informações online, aquilo que levaria horas ou dias, vai levar apenas alguns segundos.

Reserva do salão de festas

Nuitas vezes o próprio morador faz a reserva do salão de festas pelo aplicativo. Só que, em condomínios que cobram a taxa de limpeza, o síndico precisa parar e fazer o levantamento de quem reservou o salão, para então passar para a administradora cobrar. Mas, e se quando o morador fizer a reserva, ela contabilizar automaticamente o valor da taxa, sem precisar passar pela gestão do síndico? Seria um sonho…

Registro da ATA em cartório

Depois da assembleia, seja ela presencial ou online, o síndico precisa redigir a ATA e pedir a assinatura de todos os condôminos. Após esse processo, ele reserva um período do dia para ir até ao cartório e registrá-la. Agora, e se a ATA for redigida enquanto a assembleia estiver acontecendo?

Assim, ao final da assembleia, ela pode ser lida, assinada e automaticamente enviada ao cartório de forma digital.

Em poucos dias ela será registrada, sem que o síndico precise se deslocar até o cartório. Muito mais prático, né?

Como podemos ver, tanto no guia de ruas, como no dia a dia do síndico, a tecnologia veio para ajudar na gestão. Ou será que hoje ainda tem pessoas que preferem o guia de ruas aos aplicativos?

Agora faço a mesma pergunta para você, síndico: será que o seu condomínio ainda está sendo administrado no formato do guia de ruas? Ou ele já está no formato digital, fazendo com que sua gestão seja mais eficiente e que você tenha tempo para aquilo que mais importa – o relacionamento com os moradores?

Odirley Rocha
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Odirley Rocha

Formado em Eletrotécnica e Eletrônica, com MBA em Gestão da Segurança Empresarial. Professor em três cursos de pós-graduação em gestão condominial. Está no mercado de segurança há 23 anos e é diretor de relacionamento do Porter Group.

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