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Necessidades Pessoais e Comunitárias equilíbrio necessário nos condomínios

Viver em um condomínio pode ser uma experiência enriquecedora e gratificante, mas também, pode apresentar desafios únicos de convivência. São diferentes histórias de vida, valores, expectativas, culturas e hábitos que precisam ser alinhados na bússola do bem viver. Em meio a essa diversidade, é essencial que cada morador consiga olhar para suas próprias necessidades com atenção, sem perder de vista a importância de acolher e respeitar as necessidades dos outros. Esse equilíbrio é fundamental para preservar e valorizar as relações de vizinhança, solidariedade e cooperação.

Atenção às necessidades pessoais

Identificar, reconhecer e atender às nossas próprias necessidades é algo muito importante para cada um de nós e sabemos que isso nos ajuda a estarmos mais sensíveis às necessidades dos outros no nosso entorno. Sabe aquela máxima de emergência no avião? “Em caso de emergência, primeiro coloque a máscara de ar em você para depois ajudar os outros”, é sobre isso que quero chamar a atenção. Autocuidado e autoconhecimento nos habilitam a estar com o outro. Enquanto para uns o foco está na necessidade de silêncio para descansar após um dia agitado, para outros, na necessidade de utilizar as áreas de lazer para relaxar. Quando cada morador está consciente de suas necessidades e trabalha para atendê-las de maneira saudável, contribui para o próprio bem-estar e, por extensão, para um clima mais positivo no condomínio.

Acolhimento das Necessidades do Outro

Ao viver em comunidade, é fundamental praticar a empatia e o respeito pelas necessidades alheias. Isso envolve estar atento e aberto ao diálogo, escutando ativamente o que os outros têm a dizer. Quando um morador expressa a necessidade de um ambiente mais silencioso à noite, ou solicita a compreensão devido à presença de crianças pequenas, é importante que esses pedidos sejam acolhidos com compreensão e disposição para encontrar soluções. Quem já passou da fase de filhos pequenos sabe bem como é.
A prática do acolhimento não significa abrir mão das suas próprias necessidades, mas buscar um caminho do meio onde todos possam se sentir confortáveis e respeitados. Um exemplo prático é o estabelecimento de horários específicos para atividades mais ruidosas, como reformas e festas, garantindo que todos tenham seus momentos de tranquilidade e lazer.

Mediação de Conflitos e Cooperação

Mesmo com os melhores esforços, é natural que surjam conflitos em um ambiente compartilhado. Nesses momentos, a Mediação desempenha um papel crucial. Contar com a ajuda de um mediador externo pode facilitar o diálogo entre as partes envolvidas, promovendo a busca por soluções pacíficas e construtivas. A Mediação não apenas resolve o conflito imediato, mas também fortalece a habilidade da comunidade de lidar com desentendimentos futuros de maneira mais eficaz. Existe um ganho pedagógico com a Mediação que é as pessoas acreditarem que conversando podem, juntas, encontrar uma solução. E isso também é resgatar a autonomia.
Estimular a cooperação entre os condôminos com ações coletivas motivadas por propósitos comuns pode ser uma boa estratégia para favorecer atitudes mais colaborativas no condomínio. Acredite no diálogo!

Simone Medeiros
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Simone Medeiros

Com mais de 8 mil horas de mediações realizadas. Sócia proprietária e Diretora de Mediação da Conversatio Arbitragem & Mediação. Assistente Social, especialista em Metodologia do Serviço Social, Arteterapia e Gestão de Conflitos no Judiciário Contemporâneo.

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