ArtigosColunistasDespesas

Gestão energética: uma saída em tempos de crise

O termo gestão é um desses que está na moda. Antes restrito aos ambientes das grandes corporações, ganhou espaço fora dessas empresas e com os constantes aumentos das tarifas de energia elétrica, têm se tornado fundamental também nos condomínios. Ao contrário do que muitos pensam, porém, para implantar a gestão energética em um condomínio não são necessários conhecimentos técnicos em eletricidade por parte do síndico. O fornecimento de energia é feito pela concessionária distribuidora, que envia uma fatura, popularmente conhecida como “conta de luz”.

Apenas com conhecimento básico de planilha eletrônica e as 24 últimas contas de energia é possível fazer um gráfico comparativo do consumo. É fundamental que seja utilizada a quantidade de kWh de cada mês (consumo faturado), que vem no descritivo, no meio da conta. Não se deve utilizar os valores financeiros em reais, pois estes são afetados por aumento da tarifa e outros tributos (no caso do valor total da conta).

Faz-se, então, a comparação entre os mesmos meses de um ano para o outro. Caso haja variação significativa, deve-se buscar, primeiramente, se houve acréscimos de equipamentos (uma nova área climatizada, por exemplo) ou aumento significativo nos horários de utilização das áreas do condomínio, como o salão de festas. Se nada disso ocorreu e, principalmente, se está havendo uma tendência de aumento ao longo dos meses, deve-se, aí sim, partir para uma revisão das instalações elétricas.

O condomínio pode promover palestras com especialistas do mercado para capacitação dos seus funcionários e moradores, bem como criar um programa de conscientização e até mesmo o estabelecimento de metas de economia, com incentivos para os condôminos. Os recursos economizados podem ajudar a finalmente iniciar aquela obra tão sonhada há anos.

Assim começará a criar uma cultura de gestão energética entre os condôminos, com resultados expressivos.
A contratação de uma consultoria de engenharia para fazer um diagnóstico energético no condomínio dará a exata dimensão das condições do sistema elétrico da edificação. Por meio da termografia (uma espécie de foto com a captação de radiação infravermelha, em que as cores mais claras representam partes com maior aquecimento na instalação elétrica), é possível descobrir desgastes prematuros na instalação elétrica do condomínio, bem como sobrecargas, aquecimentos e ainda fugas de corrente, que, além do desperdício de energia, causam riscos aos moradores e funcionários. Todas essas medidas são viáveis financeiramente, já que se pagam com a própria economia gerada.

Adriano Pascoal
Últimos posts por Adriano Pascoal (exibir todos)

Adriano Pascoal

Graduou-se em Engenharia Elétrica, com Ênfase em Eletricidade Industrial, pela UERJ. É Consultor e Palestrante em Gestão Energética desde 2011, com diversos Diagnósticos Energéticos realizados, principalmente em Indústrias, Hospitais e Condomínios. Autor do Livro “Gestão da Energia Elétrica em Sistemas de Baixa Tensão”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo