Inteligência emocional: como lidar com emoções tóxicas no condomínio

Nas minhas observações como consultor condominial, sobre o dia a dia do síndico, cheguei a conclusão que o maior desafio na atualidade não é gerir as finanças, manutenção ou segurança do condomínio, mas lidar com as pessoas, suas emoções e seus rompantes imprevisíveis, já que esta competência relacional não se encontra nos manuais de condomínios

Fico me questionando, o que está por traz da raiva expressada nos bate-bocas das assembleias? Na comunicação truculenta nos grupos de WhatsApp? Na violência física sofrida por síndicos e moradores? Nas centenas de processos judiciais movidos por condôminos? N

os ataques sorrateiros à honra e a imagem do síndico e nas picuinhas do conselho?

Observamos que emoções tóxicas envolvendo vizinhos são muitas vezes “interiorizadas” por meses até explodir nas assembleias ou liberadas no dia a dia dos grupos de WhatsApp.

Para o síndico não adoecer emocionalmente, absorvendo estas frustrações dos moradores, se faz necessário aplicar as cinco competências da “inteligência emocional”, definida pelo psicólogo Daniel Goleman.
Autoconhecimento: para o síndico saber quem é como pessoa, seus valores, suas crenças, sua espiritualidade, suas limitações, suas motivações.

Autocontrole: para manter a sanidade, cuidar da saúde mental. Buscar o autoconhecimento é o segredo para alcançar o auto controle.
Automotivação: para entender o que lhe motiva nesta função obstinada. Ser síndico é quase um sacerdócio, uma vocação, lidar com pessoas e aprender todos os dias tem sido a motivação de muitos síndicos.
Empatia: para compreender a emoção do outro e assim entender que cada pessoa é única e que responde de forma singular a cada sentimento.
Sociabilidade: para lidar com os mais diferentes tipos de pessoas, com habilidade para solucionar conflitos e lidar com as emoções do grupo.

Das cinco competências citadas, três são voltadas para o “eu” e duas para o “outro”, ou seja, o caminho para compreender o outro passa necessariamente pela compreensão do eu, pelo autoconhecimento.

Síndicos, finalizando: encorajo vocês a continuarem firmes neste chamado a justiça, a retidão e ao que é certo, olhando sempre para frente, porém sem esquecer de olhar para dentro.